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A importância do apego afetivo

Foto do escritor: Ester  Paniz OliveiraEster Paniz Oliveira

Texto retirado dos relatos e análises de uma observação do cotidiano de uma mãe e seu bebê de quatro meses, que realizei em Psicologia do Desenvolvimento.



Enquanto troca a fralda, a mãe conversa muito com seu bebê, com animação e carinho na voz, e o bebê respondeu com sons e balbucios, entonando um timbre alegre.


Sabemos que um bebê precisa de alguém que cuide de suas necessidades fisiológicas, mas além disso e tão importante quanto isso, o bebê também necessita de alguém que interaja afetivamente com ele, transmitindo segurança e otimismo.


Conforme Zavaschi, Costa e Brunstein, os bebês possuem alguns marcos no seu desenvolvimento que se manifestam para desencadear as interações afetivas com o mundo, garantindo e facilitando a interação com os seus pais ou cuidadores. Entre esses marcos estão o choro, o sorriso, a reação ao estranho, o caminhar, a linguagem e a narrativa.


Esses marcos garantem o papel ativo da criança no estabelecimento dos vínculos afetivos entre bebê e seus pais, pois eles, os pais, esperam por uma confirmação em sua capacidade enquanto genitores, desejam ser tranquilizados pelo filho ao fato de sentirem-se aceitos e amados por ele.


Neste fragmento do relato de observação, podemos perceber que Benjamin ofereceu sorrisos aos pais no início da manhã, ao que a mãe entendeu que ele os convidava a brincar e interagir com ele, e conforme os autores mencionados (ZAVASCHI; COSTA; BRUNSTEIN. 2007, p.41):

“uma mãe e um pai não podem deixar de sorrir para o filho que lhes sorri”

A reciprocidade afetiva de manifestações é muito importante para o estabelecimento dos vínculos de apego.


Portanto, é importante que os pais manifestem ao bebê uma relação de apoio, cuidados e afetos, atendendo-o nas suas necessidades fisiológicas, como também emocionais, para favorecer o desenvolvimento do bebê, proporcionando um ambiente facilitador. Conforme Ferraris (2008, p. 59), o “fundamental nessa fase é que se sinta importante, que [...] não seja cuidado e mantido apenas fisicamente (physically holding), mas também esteja na mente de alguém e este queira seu bem”.



 

REFERÊNCIAS


FERRARIS, A. O. A mente do bebê. Revista Mente e Cérebro, vol 1. São Paulo: Duetto Editorial, 2008.


ZAVASCHI, M. L. S., COSTA, F., BRUNSTEIN, C. O bebê os pais. In.: EIZIRIK, Cláudio Laks; KAPCZINSKI, Flávio; BASSOLS, Ana Margareth Siqueira. O ciclo da vida humana: uma perspectiva psicodinâmica. Porto Alegre: Artmed, 2007, p. 41 - 56.

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